sexta-feira, 13 de agosto de 2010

A mídia na escola e para a escola.

Gustavo Roese Sanfelice e Denise Castilhos de Araujo



 
   
          As novas tecnologias, como a Internet, são aliadas na disseminação de informação, enquanto elementar na construção do conhecimento. A televisão é uma ferramenta essencial para manter os indivíduos conscientes do que acontece no mundo, no país, na região, nos municípios e, até mesmo, no comércio da esquina.
        A produção midiática faz recortes de contextos sociais e edita os fatos de acordo com a sua forma. O conteúdo é tratado dentro da lógica midiática, que na maioria das vezes não atende as demandas dos indivíduos por completo. O programa telejornalístico foi muito violento, a produção musical da minha rádio preferida está tocando músicas que não fazem parte de meus gostos pessoais. O jornal de meu estado está sendo tendencioso na cobertura das eleições municipais, dentre outros exemplos que se poderia ofertar como forma de demonstrar a insatisfação quanto ao conteúdo e à forma da produção midiática.
      Essa consciência, que parece ser coletiva, para muitos é restrita a uma pequena parcela de pessoas chamadas de “intelectuais”, e é disseminada em todas as camadas sociais, por todas as partes do globo, nãosendo exclusividade dos analistas.
     A escola, finalmente, entra nesse processo como um lugar de tematização e discussão desses conteúdos e  formas midiáticas. O professor, que muitos profetizaram que desapareceria com o advento da Internet e dos  telecursos, tem papel central nessa relação dialógica entre a oferta midiática e o contexto escolar.
     Ofertar um olhar crítico sobre a mídia é discuti-la enquanto constituinte do sistema, não descaracterizando a sua apreciação do contexto escolar. As mediações feitas pelos professores, quanto ao conteúdo educativo permanecerão, porém aceleradas pela mediação do campo midiático, que circula no lar das crianças, que  tematizam não só as discussões com os amigos da rua, mas também as brincadeiras, bem como a cultura infantil.
     Muito mais do que saber lidar com as tecnologias é necessário saber lidar com o seu contexto. A alienação à exposição da televisão é discurso que não ressoa mais como uníssono, pois este meio técnico é um  importante facilitador dos professores. Nesse sentido, Ferrés (1996) destaca que o que era causa de alienação será oportunidade para formação. O que era convite à hipnose passará a uma provocação para reflexão crítica, com a televisão transformando-se em um meio que enriquece.
     Se assim considerarmos, os professores terão que tematizar a mídia. Logicamente, fala-se do seu conteúdo que poderá ser trabalhado no contexto escolar. Os temas geradores de Paulo Freire são a materialização dessa proposição. Porém, os temas geradores devem partir da realidade do aluno, relacionando com os conteúdos propostos pelo professor. Nesse sentido, Porto (1998) enfatiza que a partir da presença dos meios massivos e eletrônicos, surge um alerta para os educadores no que diz respeito à transmissão/construção de conhecimentos, valores, conceitos e culturas. Além disto, Duarte et al (2004) salienta que o estudo das relações entre mídia e crianças e adolescentes “pode ajudar a compreender o papel que as mídias desempenham no cotiadiano delas(...) e em seus processos de construção de conhecimentos” (Setton; Franco; Duarte; et al., 2004, p. 38). Esse bombardear de informações que chegam sob diferentes apelos sensoriais, devem ser problematizados pelos professores, auxiliando-os, assim, a compreender as apropriações realizadas pelos seus alunos.

Mídia e ação pedagógica: possibilidades de encontro
Gustavo Roese Sanfelice e Denise Castilhos de Araujo
UNIrevista - Vol. 1, n° 3 : (julho 2006)

         Após a leitura desse texto e de acordo com o conhecimento que você tem, comente sobre este tema: O uso pedagógico de mídias na escola: práticas inovadoras.
        

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